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Mudanças possíveis
por Eugenio Mussak
Publicada em 4/12/2006

 

O poeta é importante figura do teatro. O alemão Bertolt Brecht escreveu, certa feita:

 

Eu peço com insistência

Não diga nunca - isso é natural

 

Sob o familiar,

Descubra o insólito

Sob o cotidiano, desvele o inexplicável

 

Que tudo o que é considerado habitual

Provoque inquietação

Na regra, descubra o abuso,

E sempre que o abuso for encontrado,

Encontre o remédio 

 

Há duas correntes de pensamento relacionadas com o tema proposto pelo poema acima: o determinismo, segundo o qual “o homem é fruto do meio”, e o possibilismo, que diz que “o meio é fruto do homem”. Ambas têm razão, mas cuidado, o homem deve interferir no meio quando interessa criar um meio que melhor interfira no homem, jamais por outro motivo.

 

O poeta insiste que não precisamos afirmar que “isso é natural” quando estamos diante de uma situação que constrange a dignidade humana. No mundo social, considerar como “natural” a existência de crianças esmolando nos semáforos, de homens públicos corruptos, de propagandas enganosas, de serviços mal-prestados, é levar o determinismo ao extremo. Na rotina diária, trabalhar em um ambiente tenso e inamistoso e aceitar isso por ser “natural” ou por falta de “alternativa” é ser mais que determinista, é ser complacente com a infelicidade.

 

Nascemos para mudar o mundo, mas isso dá um trabalho... Mudar gasta energia e às vezes o estoque que temos é suficiente apenas para nos manter vivos. Mudar contraria a regra geral, que deseja a estabilidade. Todas as tentativas são, em princípio, combatidas. Quando se tornam irreversíveis, por relevantes, então encontram apoios, todos “de primeira hora”.

 

O possibilista é um inconformado, e deve ser; mas nem sempre o inconformado é um possibilista, quando se limita a queixar-se, e não parte para a ação necessária à mudança. Pensar e não agir é não pensar, se considerarmos o pensamento como precursor do movimento. A possibilidade é um grande patrimônio do homem, e patrimônio é algo a ser cuidado, sob pena de perder-se.

 

A respeito desse tema, que coloca o homem de frente com sua possibilidade de mudar, também se manifestou o poeta gaúcho Mário Quintana, e não deixou por menos:

 

Deus criou este mundo. O homem, todavia,

Entrou a desconfiar, cogitabundo

Decerto não gostou muito lá do que via

E foi logo inventando um outro mundo

 


Eugenio Mussak é educador, escritor e consultor de empresas.
E-mail: contato@eugeniomussak.com.br
Website: http://www.eugeniomussak.com.br


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