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Pé na estrada
por Você SA
Publicada em 10/12/2007
Por Fabiana Lopes

 

O engenheiro Paulo Solti, 37 anos: de São Paulo para Curitiba, depois França, Rio de Janeiro, Curitiba e de volta para São Paulo.

 

O engenheiro Paulo Solti, de 37 anos, não tem medo de mudar de cidade, desde que seja para subir na carreira. Em 1999, Paulo começou uma verdadeira peregrinação.   Morando em São Paulo, cidade tida como vitrine para muitos executivos, ele ocupava o cargo de gerente de marketing de serviços na Renault.

   


Saiu da capital paulista e foi para Curitiba, a maior cidade do Paraná.

A mulher do executivo, Andréia Solti, abriu mão da carreira de gerente de RH em uma consultoria em São Paulo. A primeira filha do casal tinha, na ocasião, menos de seis meses. Paulo logo mudou de cargo e se tornou gerente de sistemas da rede de concessionárias da Renault. Dois anos depois ele foi convidado para ser supervisor de campo da Renault na França. Ficou lá por três anos.

 

Em 2004, a Renault fez nova proposta: se Paulo voltasse para o Brasil, assumiria a gerência de vendas do Rio de Janeiro, que comanda Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. Ele topou. Sua penúltima mudança foi no final de 2004, quando voltou para Curitiba para cuidar dos Estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Um ano e meio depois o escritório da empresa foi transferido para São Paulo e ele voltou com toda a família.

 

Paulo reconhece que as mudanças são estressantes para a família, principalmente para as filhas, hoje com 8 e 6 anos. 'O profissional que trabalha em uma empresa globalizada tem de seguir a regra do jogo', diz o executivo. Por causa deste perfil, Paulo já foi procurado por diversos headhunters contratados por empresas em expansão.

 

A disponibilidade do executivo para pôr o pé na estrada é uma das características mais valorizadas pelas companhias. 'As empresas estão se internacionalizando e regionalizando suas operações, criando filiais em vários Estados. O profissional enraizado não terá mais lugar no mercado', afirma Lena Vidigal, headhunter e diretora da Quatre Recursos Humanos, de Belo Horizonte.

 

Mas não basta ser mochileiro. É preciso dominar outros idiomas. Na Renault, por exemplo, falar inglês já não é diferencial. A empresa precisa de gerentes e diretores que também dominem o francês. 'Não admitimos mais quem não tenha proficiência em inglês. O francês é fator de inclusão', afirma Carlos Magni, diretor de RH da Renault, em São José dos Pinhais, no Paraná. O espanhol também é cada vez mais requisitado no mercado. 'Antes, pedia-se domínio suficiente para falar. Hoje, o domínio de escrita também é exigido', diz a consultora Lena Vidigal.

 

A capacidade de adaptação também é uma característica querida. Afinal, com tantas viagens pela empresa e projetos fora da matriz, os profissionais têm de se adaptar tanto às equipes quanto à diversidade cultural que elas carregam.

 

Ser adaptável também significa saber trabalhar em equipe. 'Precisamos de líderes que estimulem o grupo a compartilhar idéias', afirma Max Campello, vice-presidente de RH da Ericsson, em São Paulo. E muitas vezes ser integrador não basta. É preciso administrar conflitos. 'Quem só age com regras definidas e não tem independência não sobrevive', diz Jair Pianucci, diretor de recursos humanos da HP do Brasil, em Barueri, São Paulo.

 

Segundo o professor Humberto Mariotti, coordenador da BSP Career Management e do Centro de Desenvolvimento de Lideranças, da Business School São Paulo, outra característica muito procurada pelas empresas é a capacidade dos executivos de enxergar soluções para a atividade produtiva. Por exemplo: se a empresa polui, ela vai precisar de executivos que pensem em novas estratégias aliadas com responsabilidade socioambiental.

 

Nenhuma recomendação de especialista funciona se você tem lacunas na sua formação ou se não se preparou tecnicamente para o cargo que pretende ocupar. A busca constante de aperfeiçoamento é um dos pontos mais valorizados em um histórico profissional nos dias de hoje. 'O profissional não pode se dar ao luxo de parar na graduação. Ele pode ser um técnico fantástico, mas, se não fez uma pós-graduação ou um MBA, outro será escolhido', diz Lena Vidigal. Os cursos em alta, segundo a headhunter, são os ligados a administração de negócios, marketing, gestão de pessoas e gestão de mudanças. Quem já tem um MBA no currículo deve procurar programas de educação continuada e workshops de instituições reconhecidas. Não se pode, portanto, ficar parado.

 

Trocando em miúdos: o profissional que as empresas estão procurando é aquele com competências técnicas abrangentes, mas com grandes trunfos comportamentais, que podem ser ainda mais desenvolvidos em programas de coaching. 'As empresas não abrem mão dessas competências. Essa parte comportamental demora para mudar e as empresas não têm muito tempo para esperar', diz a headhunter Lena Vidigal. 

 

O perfil que elas querem

 

O profissional em alta hoje nas empresas combina competências técnicas e comportamentais. Ele...

... sabe lidar com conflitos;

... tem flexibilidade para mudar de cidade e país;

... tem capacidade de adaptação;

... domina o inglês e está aprendendo outro idioma;

... é especializado em gestão de negócios, de pessoas ou em marketing;

... preocupa-se em reduzir o impacto das atividades da empresa no meio ambiente.

 


Artigo fornecido pela revista VOCÊ S/A.
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