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A era do risco
por Você SA
Publicada em 16/6/2008

Por Cíntia Cristina Da Silva

 

A definição de risco é muito pessoal. Enquanto para maioria dos americanos a idéia de risco vem associada a oportunidades, seja nos negócios, na carreira ou nos investimentos, para os brasileiros são situações arriscadas, algo a ser evitado. O risco é visto como negativo no Brasil e não como algo que pode trazer benefícios ou prazer, diz Roberto Heloani, especialista em psicologia da administração, professor da Unicamp e da FGV de São Paulo.

  


Só que cada vez mais somos incentivados a lidar com isso em nossas vidas.

 

Um dos primeiros movimentos nesse sentido ocorreu há mais de uma década com o fim do emprego para a vida toda numa única empresa. Hoje em dia, os executivos sabem que não há vida profissional estável. Nem mesmo para quem assumiu as rédeas da carreira ou abriu um negócio próprio. É saudável parar de vez em quando para fazer um balanço da vida e escolher novos rumos, refletindo e analisando bem o caminho a ser seguido por mais arriscado que pareça, diz Gerson Correia, psicólogo com especialização em administração e negócios e diretor da consultoria Talent Solution, de São Paulo. Ele já viu pessoas bem-sucedidas mudarem suas trajetórias profissionais e continuarem em posição de destaque. É possível minimizar uma situação de risco desde que haja autoconhecimento e planejamento, afirma.

 

Enfrentar situações de incerteza tem sido uma experiência de vida para a psicóloga especializada em marketing Adriana Fellippelli, de 42 anos. Depois de fundar, em sociedade com uma colega, uma empresa de headhunting e ver o negócio crescer a ponto de ser comprado por um dos mais reconhecidos grupos estrangeiros do setor, ela resolveu recomeçar. Deixou para trás 20 anos de trabalho, um alto salário, muitos benefícios e estabilidade e começou tudo de novo.

 

Adriana montou a segunda empresa de sua vida. Aceitou passar, mais uma vez, por todos os percalços e incertezas que marcam a estréia de qualquer empresa. E há seis meses ela é proprietária da Instrumentos de Desenvolvimento Humano (IDH), empresa de consultoria empresarial em São Paulo. Fácil? Não, não foi. Quem resolve tomar esse tipo de decisão precisa de muito planejamento, diz Adriana. Mas é essa noção de aventura que dá sabor à vida e a única maneira de viver uma aventura é expondo-se a riscos, escreve Max Gunther, autor de Os Axiomas de Zurique (Ed. Record). No livro, o investidor profissional suíço aponta as regras que um grupo de banqueiros de seu país estabeleceu para diminuir os riscos e aumentar os lucros.

 

Para Max, ousadia é algo intrínseco à vida moderna. Diariamente, somos desafiados a mudar nossas perspectivas e escolher entre situações com maior ou menor risco. Desde o trajeto que fazemos de casa para o trabalho e vice-versa até o programa do fim de semana. É mais ou menos como saltar de bungee jumping. Quem gosta de sentir-se desafiado, certamente escolherá o esporte como um grande prazer. Mas quem, ao contrário, não sabe lidar com o incerto, dificilmente saltará de uma altura de 40 metros por lazer a não ser que seja um ensaiado teste de superação. Se nem passa pela sua cabeça uma façanha do tipo, saiba que a chance de um acidente fatal no bungee jumping é bem menor do que no trânsito de uma grande cidade.

 

Na vida financeira, vivemos um momento paradigmático em relação ao risco. Com a queda das taxas de juros, que em termos reais está em 7% (não faz muito tempo estava em 17%), quem antes se dava por satisfeito com a rentabilidade de um fundo de renda fixa precisa mais do que nunca encontrar alternativas rentáveis. Como se sabe, no mundo dos investimentos não existe possibilidade de mais retorno sem envolver mais riscos. Aí estão as ações da bolsa para comprovar isso. O volume negociado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) aumentou em quase cinco vezes nas duas últimas décadas. Uma situação bastante motivada pela presença de investidores estrangeiros, mas também pela chegada de mais de 1 milhão de brasileiros que enxergam na bolsa a possibilidade de aumentar o ganhos de seus investimentos, mesmo correndo os riscos do mercado.

 

No país onde até há pouco tempo aplicação financeira rimava com poupança essa é uma notícia e tanto. Incertezas sempre existirão. É claro que o mercado de ações é altamente volátil, mas, desde que se esteja bem assessorado, é possível minimizar bastante os riscos. Trata-se, portanto, de entender, quantificar e até limitar o risco. Seja nos seus investimentos ou na sua carreira. Estamos na era do risco e não há como evitá-la.

 


Artigo fornecido pela revista VOCÊ S/A.
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