É comum passar meses em busca de emprego, em uma montanha-russa de emoções que vão da euforia à prostração. Conforme o tempo passa e as tentativas não atingem o sucesso, a pessoa pode começar a duvidar de si mesma. Saiba que isso é normal, mas pode ser evitado, pois muitas vezes os motivos pelos quais você não foi chamado independem de você e de sua qualificação. É assim mesmo: parece inexplicável, mas em geral a resposta é simples. A revista Forbes elencou uma série de motivos de forma bem-humorada para explicar os misteriosos critérios que por vezes regem uma contratação.

Vamos começar do início. Você encontra a vaga, candidata-se, envia o currículo e é finalmente chamado para mais uma entrevista. E tudo corre bem, você é entrevistado e o responsável pelo RH diz que vai entrar em contato em uma semana. Dali a alguns dias, você recebe um telefonema com a resposta negativa e sem nenhuma justificativa plausível. Ou então uma semana se transforma em 15 dias, e daí a um mês ou dois você fica sabendo que a vaga já foi preenchida: ou seja, nem a resposta à entrevista você recebeu. É frustrante. É intrigante. E não é raro sentir raiva do mundo ou até de si mesmo, e até colocar em xeque o seu próprio talento. Veja a seguir alguns motivos que buscam explicar por que uma pessoa qualificada e adequada a uma determinada vaga não é contratada.

1. O gerente de contratação já tomou a decisão

Muitas vezes, o gerente de contratação ou o próprio supervisor do departamento em que a vaga está aberta já sabe quem ele ou ela quer para o trabalho. Pode ser alguém de dentro da empresa, um amigo, um antigo colega, etc. Ou seja, as entrevistas serão pro forma, porque a decisão já foi tomada. Isso faz parte da regra do jogo. Não há nada que você possa fazer em um caso desses. Avance uma casa para frente e torça: quem sabe da próxima vez você não é o escolhido?

2. “Não gostei do seu currículo”

É possível que um robô escaneador de currículos faça o trabalho de seleção de aplicações. E ele definitivamente não foi com a cara do seu currículo. Seja por uma palavra-chave a qual ele desconhece ou por causa do formato da data de nascimento, ele não deixará você dar o próximo passo no processo de seleção. Um robô destes utiliza critérios completamente aleatórios, e que poucos conhecem (geralmente, apenas aqueles que desenvolvem esses softwares). É importante tentar entender como os robôs de triagem funcionam? Certamente, isso ajudaria, mas não adiantaria. Mais uma vez, não há o que fazer. Aposte sua sorte em outra vaga.

3. Ken e Barbie não gostaram de você

Às vezes, um processo seletivo está encantado, trancado por entidades misteriosas como Ken e Barbie, e abrir os caminhos é uma tentativa em vão. Eles são personagens perfeitos e se levam muito a sério como os donos da chave dos portais da entrada da empresa. Eles só vão deixar passar os candidatos que, na sua opinião, vão estar bem ajustados para a posição. Mas Ken e Barbie não entendem bem as funções do cargo disponível, porque estão acima dos humanos comuns. Seus critérios são subjetivos e aleatórios. Não tente compreender. Levante a cabeça com fé e siga em frente: você ainda vai encontrar o seu lugar ao sol.

4. Seu perfil é “errado”

Você está muito velho, muito jovem, tem o cabelo marrom, é hetero, é gay, é mulher, é muito magro, está acima do peso, etc. E nem sempre são os atributos físicos que pesam na decisão que dá preferência a outro candidato. Buscar explicações só deixará você ainda mais confuso. Você destoa do que estão procurando, enfim, o seu “santo não bate” com o da empresa. Desista desta, fortaleça a confiança no seu caminho e parta para outra.

5. Você não é “devidamente qualificado”

Você pode ser a pessoa mais objetivamente qualificada do planeta para ocupar a vaga, mas isso não significa que você é “qualificado” à altura da imaginação do gerente de contratação. Se ele já tomou a decisão, vai encontrar algum “furo” em sua formação, como no diálogo a seguir:

Entrevistador: “Você tem experiência em Internet Explorer?”
Candidato: “Sim, eu tenho 10 anos de experiência contínua com Internet Explorer. Além disso, sou beta tester voluntário e utilizei o programa antes de ele ser lançado pela primeira vez. Agora, eu estou usando a versão 7 do programa e utilizo com perfeição todas as suas funcionalidades.
Entrevistador: “Ah, não, isso é muito ruim. Estamos procurando alguém com experiência com Internet Explorer 5.”

Claramente, o entrevistado não era “qualificado”. Jamais seria.

Então, você pergunta: qual é o segredo? Como faço para escapar desses círculos viciosos de contratação cheios de armadilhas? Para encontrar um emprego, você tem que aprender a comer um pouco de purê de quiabo. Não há maneira de contornar isso. É preciso aceitar que em todo o processo seletivo há fatores que incomodam. O que é fundamental saber é identificar quando isso está fora do padrão e passa a incomodar como algo ofensivo.

Mas você pode valorizar mais o seu tempo e a si mesmo ao se recusar a ser abusado. Se o gerente de contratação está dando voltas ou respostas vagas que lhe deixam confuso, não tenha dúvida de que há possibilidade de estar diante de um processo seletivo mal-intencionado, de cartas marcadas. Não tenha medo de desistir da vaga se intuir que realmente não está acontecendo nada. Decida antecipadamente quais são os seus limites: “Eu não vou viajar para fora da cidade para uma entrevista sem garantia alguma, a menos que a minha viagem e alojamento sejam reembolsados”, por exemplo.

Proteja a sua sanidade mental. Acima de tudo, lembre-se de que o resultado pode não ter nada a ver com você ou com sua qualificação, postura, roupa, peso, cabelo, sorriso, seriedade, ansiedade, etc.

Desde que esteja de acordo com as normas bem conhecidas e aceitas de vestuário e comportamento – sapatos engraxados, dentes escovados, barba feita, cabelos penteados e limpos, discrição –, não há nada mais que você poderia fazer em relação a uma situação destas.

A contratação pode estar dentro de uma zona desconhecida de parâmetros que você jamais vai ter acesso. Portanto, relaxe, e parta para uma próxima oportunidade com confiança em si mesmo e em seus conhecimentos.

 

FonteOs segredos que estão por trás da seleção de “cartas marcadas”
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