Nesta semana, separei dois interessantes casos sobre Concordância:

  1. Inversões e o Verbo:

São frequentes os desvios quando “bastar” está anteposto ao sujeito. Vejamos abaixo:

Basta dois dias de folga para que eu descanse.”

Bastava novos investimentos na empresa.”

As expressões plurais “dois dias de folga” e “novos investimentos” são sujeitos plurais. Logo, a exigência do verbo no plural:  BASTAM e BASTAVAM.

Apesar disso, a expressão “bastar de” (com a ideia de ser suficiente) é impessoal; tem o valor de “chegar de”. Sendo assim, o verbo no singular é o adequado à norma gramatical.

Com o intuito de maior compreensão, não há um sujeito a ser referido, caso conhecido como sujeito inexistente:

“Chega de histórias! Basta de tantas promessas!”

2. A Palavra SÓ:

O termo “só” pode modificar o substantivo ou o pronome substantivo. Nesse caso, a concordância será obrigatória (o termo deverá sofrer variação sempre que houver exigência):

“Aqueles dois deputados chegaram sós à Câmara.”

“Eu e ele sós pouco podemos fazer.”

É também possível que “só” modifique o verbo, tendo a classificação adverbial. Nesse caso, o termo é invariável (característica dessa classe gramatical): 

“Só aqueles dois deputados chegaram à Câmara.”

“Só eu e ele podemos resolver o problema.”

Em suma, nos dois últimos exemplos adverbiais,  “só” equivale a “somente”, “apenas”. Vejamos:

“Apenas aqueles dois deputados chegaram à Câmara.”

“Somente eu e ele podemos resolver o problema.”

Mais um exemplo em que o termo não deve sofrer variação, pelos mesmos critérios adverbiais, circunstanciais:

“Não escrevemos só (apenas, somente) poesia, mas também crônicas.”           

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DIOGO ARRAIS

YouTube: MesmaLíngua

Autor Gramatical pela Editora Saraiva

Professor de Língua Portuguesa

Fonte: EXAME