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  Data: 3/12/2002 URL: Veja a matéria no site de origem
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Catho é acusada de roubar e-mails e currículos

A notícia de capa da revista IstoÉ Dinheiro desta semana caiu como uma bomba no meio empresarial da Internet brasileira: a Catho, maior empresa nacional de recrutameto profissional eletrônico, está sendo acusada de furtar dos concorrentes currículos e endereços de e-mail. A acusação partiu da concorrente Curriculum e está sendo levada a cabo em um processo que corre desde abril deste ano na 33ª Vara Cível de São Paulo.

Na semana passada, o juiz do caso, Luís Mário Galbetti, recebeu um laudo encomendado aos peritos Giuliano Giova e Ricardo Theil contendo, segundo a IstoÉ Dinheiro, 'um bilhão de kilobytes' (ou um terabyte – um trilhão de bytes) de dados retirados de 30 computadores da Catho Online, que cuida das operações tecnológicas do grupo. Em um relatório de 5 mil páginas, os técnicos revelam, entre outras coisas, o uso de um programa batizado com o sugestivo nome 'rouba.phtml', que teria sido usado pela Catho para capturar mais de um milhão de currículos e endereços eletrônicos em sites de concorrentes.

Os currículos serviriam para inflar artificialmente o banco de dados da empresa, e os e-mails, para enviar publicidade sobre produtos e serviços da Catho. Isto explica, em parte, os spams que a empresa envia e sobre os quais já houve muitas reclamações. O responsável pelo Museu do Spam, cujo acervo possui várias mensagens não-solicitadas enviadas pela Catho, revela o que uma amiga lhe confidenciou: “(ela) cadastrou seu currículo no Empregos.com.br, e no dia seguinte, além de spam em sua caixa postal, a Catho ligava em seu telefone residencial e celular”.

O elemento central do esquema é Adriano José Meirinho, webmaster do site da Catho, que foi incumbido de roubar e-mails e currículos na Internet. “Eu robo (sic) gente grande, e coisa boa” e “Me cadastro em tudo quanto é lugar...tipo para roubar email de pessoas” são alguns dos trechos de diálogos online de Meirinho reproduzidos pela revista.

Entre suas façanhas, ele teria cadastrado sua empresa, a 2Minds 4Art Consultoria e Assessoria, no site da Curriculum com o propósito de acessar e copiar os dados do concorrente. A reportagem informa que, apenas no dia 25 de fevereiro de 2002, a 2Minds 4Art acessou 63.207 currículos e em uma semana foram mais de 188 mil arquivos copiados.

Adriano Meirinho tem 21 anos e é estudante de publicidade. Dados do Registro.br mostram que a empresa 2Minds 4Arts, estabelecida no município de Poá, em São Paulo, possui em seu nome apenas o domínio meirinho.com.br, usado como site pessoal e hospedado no provedor TacNet, pertencente ao Grupo Catho. Neste site, Meirinho publica um blog e é possível ver várias fotos suas.

Thomas Case, americano naturalizado brasileiro e fundador da Catho, admite que sua empresa acessa dados de concorrentes, mas afirma que isto não é ilegal. Em um comunicado aos clientes, que fez circular nesta segunda-feira, Case garante que a Catho “nunca entrou ilegalmente em qualquer banco de dados” e afirma que no caso da Curriculum “o acesso foi pago e não havia restrições de uso”.

Para se defender, o presidente da Catho cita um parecer do advogado e professor da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, Ronaldo Lemos da Silva Junior, o qual demonstraria que sua empresa agiu dentro da legalidade. Case também alega que o sucesso de sua empresa está incomodando a concorrência e tenta justificar a lisura de seus métodos apelando para a comparação com métodos condenáveis amplamente difundidos entre os spammers: a coleta e venda, a preços irrisórios, de milhões de endereços de e-mail.

Talvez o ponto mais importante da defesa de Case seja uma acusação que ele faz à Curriculum, tentando mostrar que a concorrente também não é nenhum poço de virtudes. “Tudo leva a crer que se trata de uma manobra ardilosa para prejudicar a Catho Online”, escreveu no comunicado. “No passado a Curriculum registrou em seu nome os endereços www.katho.com.br e www.cato.com.br com o objetivo de direcionar o tráfego do site Catho para o site Curiculum”, completa.

Segundo o que InfoGuerra pôde apurar, a informação é verdadeira. Há alguns anos, a Curriculum registrou domínios com nomes foneticamente semelhantes ao da Catho, mas houve um óbvio conflito de interesses entre as empresas e a Curriculum abandonou os domínios. Hoje, eles estão ligados à Catho e têm como contatos, incluindo o contato administrativo, Adriano Arruda, gerente-geral da empresa.

A reportagem completa da IstoÉ Dinheiro, com vários detalhes escabrosos sobre o esquema da Catho, pode ser vista aqui.




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