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  Data: 4/12/2002 URL: Veja a matéria no site de origem
  Fonte: Canal RH PrintScreen: Veja o printscreen da matéria original
Selecionadores avaliam impacto da pirataria de currículos

O Grupo Catho, uma das maiores empresas de recrutamento de executivos do País, é acusado de furtar mais de 1 milhão de currículos e endereços eletrônicos de seus concorrentes. É o que afirma a reportagem “Por dentro do esquema Catho”, da revista Isto é Dinheiro desta semana.

Segundo apuraram os repórteres Ricardo Grinbaum e Luiz Fernando Sá, a empresa é ré num processo na 33.ª Vara Cível de São Paulo. A denúncia teria partido da empresa Curriculum, que também atua com recrutamento de profissionais via internet.

Ao longo das investigações, apareceram empresas, como a OESP e Embratel, que também teriam seus dados obtidos pela Catho. Ouvido pela revista, Thomas Case, dono da empresa, teria confirmado que se apoderou das informações dos concorrentes, mas garantiu que fez tudo de acordo com a lei.

Esse caso suscita algo que ainda não é muito discutido no Brasil: a questão da ética ligada às informações virtuais disponíveis nos milhares de provedores existentes e a falta de uma legislação específica para definir regras e limites para esse tipo de atividade.

Maria Lúcia Sakuma, gerente de Relações de Trabalho e Desenvolvimento da Elektro, concorda com isso: “É preciso que haja mais discussão na sociedade a respeito do assunto. Eu acho que além da questão comercial, há a questão ética sobre a privacidade das pessoas, que deixam de ter os seus dados e informações pessoais resguardados, passando a ficar expostas. Isso fere a liberdade das pessoas. Cabe à sociedade como um todo, e principalmente às empresas, fiscalizar esse tipo de ação”, afirma.

Outro ponto a definir seria a punição apropriada para esse tipo de atitude. Para Maria Lúcia, “a punição deveria vir dos próprios consumidores, tanto dos candidatos como das empresas que contratam esses serviços, através de um boicote, como forma de protesto”, sugere.

Renata Helena de Oliveira Tubini, supervisora de Qualificação Corporativa e Personal Marketing da Volkswagen, afirma que desconhece o caso da Catho, mas considera “extremamente antiético uma empresa que se apropria das informações de outras empresas”.

Para ela, “as informações constantes nos currículos são muito pessoais, e não podem ser expostas a outras companhias sem a devida autorização, ninguém tem o direito de se apropriar disso. As pessoas não podem ser lesadas desta maneira. Isso é muito sério e complicado”, critica.

Antes que providências mais rígidas em relação às “contravenções virtuais” sejam tomadas, a única forma de profissionais e empresas se protegerem desse tipo de problema é verificar a seriedade e idoneidade dos prestadores de serviços de recrutamento de profissionais via web antes de cadastrar seus dados. (por Adriana Macedo/canalRh)



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