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  Data: 1/3/2000
  Fonte: Jornal do Commercio
O emprego mora na Internet

Sem distinguir sexo ou idade, Web ajuda na colocação de profissionais.

Solução rápida para quem procura emprego ou deseja recolocar-se, a Internet apresenta-se como meio não só ágil e eficaz mas também democrático. Falta de experiência e idade avançada, por exemplo, parecem não importar para empresas que usam a rede para fisgar executivos.

Foi o caso de Fausto Aragão. Recém-aposentado, com 52 anos, tinha vasta experiência em cargos públicos, em Brasília. Formado em Administração de Empresas e com curso técnico de Contabilidade, Aragão trabalhou na Petrobras, IBGE e Ipea, mas reconhecia que dificilmente, conseguiria uma nova ocupação. Depois de ter se inscrito em sites de emprego, em novembro do ano passado, foi, através do www.curriculum.com.br, contratado pela Companhia Energética de Brasília (CEB).

Aragão trabalhou em manutenção de microcomputadores na empresa e agora, ao lado de colegas da CEB, pretende montar um provedor de acesso grátis ou de manutenção de microcomputadores.

No curriculum, criado em abril do ano passado, já foram cadastrados cerca de 128 mil currículos de profissionais e 3 mil empresas. Avaliar o número de pessoas que tiveram sucesso na busca ou recolocação em uma vaga é difícil. "Nosso modelo não envolve a procura para os clientes. Criamos o meio para que isso aconteça. Nós não temos o controle se os profissionais cadastrados foram empregados. Chegamos a receber e-mails agradecendo, mas não temos como contabilizar", afirma o diretor do site, Marcelo Abrileri.

O curriculum trabalha nas modalidades gratuita e paga. Empresas que pagam só podem acessar currículos de profissionais que também pagam e vice-versa, no caso da modalidade gratuita. A mensalidade para profissionais é de R$ 19,90 por trimestre.

Para as empresas, o valor pode variar, conforme o número de vagas, tipo de cargos e a opção por realizar ou não entrevistas virtuais no próprio site. Existe ainda a possibilidade de anunciar uma vaga pelo período de 15 dias, a R$ 60. No caso da modalidade gratuita, a empresa interessada em determinado currículo precisa pagar R$ 20 para poder ter acesso ao nome, telefone ou e-mail do profissional.

Outro endereço cibernético quente é o www.catho.com.br, o primeiro site brasileiro de empregos, criado pelo Grupo Catho. Nele, Robson Lélles encontrou sua atual ocupação, após tentativas de recolocação sem sucesso no escritório do Catho. Apesar de atuar há 14 anos numa empresa de telecomunicações, Lélles estava insatisfeito com sua situação profissional. Graduado em Informática e Administração de Empresas e pós-graduado em Marketing, o executivo não recebia salário compatível às funções e tinha poucas perspectivas de crescimento profissional.

Depois de pôr o currículo na Internet, conseguiu o cargo de diretor de engenharia de vendas para a América do Sul, numa empresa americana que comercializa soluções de telefonia IP. "No início, ignorei o e-mail do vice-presidente da empresa porque queria uma vaga numa das empresas de telecomunicações que estavam estourando na época. Após um tempo, em julho do ano passado, resolvi tentar e ele me ofereceu sete vezes o salário que recebia antes".

História de sucesso

Além da proposta ter sido irrecusável, Lélles preenchia os requisitos necessários ao cargo na empresa de telefonia. Hoje, de tão bem sucedido, tornou-se diretor de engenharia de vendas para toda a região da América Latina.

O catho.com recebe cerca de 20 mil visitas diárias, registra atualmente 11 mil currículos inscritos e 5 mil empresas cadastradas. De acordo com a empresa, em torno de 15% dos profissionais que colocam seu currículo no site conseguem emprego. Para expor seu currículo, o profissional desembolsa R$ 30 mensais. Para as empresas, a exposição de vagas é grátis.

A paulistana Vanessa Moura da Silva também teve sorte com a rede. Depois de um amigo indicar o site www.empregos.com.br, em apenas duas semanas, recebeu uma resposta de empresa interessada em seu currículo, à disposição no canal de empregos. "Até então eu nunca tinha pensado que pudesse ser chamada pelo site, mas no mesmo dia em que me ligaram já foi marcada uma entrevista". Ela tinha acabado de pedir dispensa de empresa de auditoria externa, onde trabalhou por quase três anos, pois queria algo melhor.

Formada em Ciências Contábeis, com pós-graduação em auditoria e administração financeira, Vanessa foi contratada em outubro do ano passado pelo Playcenter, em São Paulo, e em menos de seis meses já foi promovida. "Comecei como auditora interna e, desde o mês passado, sou gerente-geral de uma das filiais. Meu salário dobrou", conta.

Já o programador de computadores Alexandre Silva soube do www.empregos.com.br ao preencher uma ficha de emprego, após desfazer sociedade numa empresa de informática. "Eles perguntaram se eu gostaria de disponibilizar meu currículo na Internet e aceitei. Estou empregado desde dezembro do ano passado na SCI/Equifax". Da inclusão do currículo no site ao contato da empresa, foram apenas 20 dias. Paralelamente, Silva chegou a entregar currículo a dez empresas e só teve retorno de duas.

O Canal de empregos (www.empregos.com.br) é um dos maiores sites brasileiros, com mais de 200 mil profissionais cadastrados. Nele, apenas quem está de olho numa vaga paga pelo serviço (R$ 13,50). As cerca de 10 mil empresas cadastradas têm livre acesso aos currículos e podem divulgar posições gratuitamente. Segundo projeções do site, o número de ofertas de emprego, hoje perto dos 20 mil, vai chegar a 50 mil até o fim do ano.

A história do engenheiro civil Sávio Bruno dos Santos, de 25 anos, é ilustrativa. Via Web, Santos trocou a cidade de Aracaju por Itajuba, no Sul da Bahia.

- Acessei o www.precisa-se.com.br, em abril do ano passado, para observar as ofertas e vi que uma empresa estava precisando de alguém com o meu perfil. Liguei para a empresa e, ao mesmo tempo, cadastrei meu currículo no site. Em junho, fui visitar a cidade e logo depois, me mudei - conta. Desempregado há três meses em sua cidade, Santos foi demitido porque a empresa na qual trabalhava não tinha mais contratos de obras e ele ficou sem função. A saída foi partir para outra cidade.



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