A empresa quer contratar, o profissional quer trabalhar. Como promover um encontro entre ambos? Até há pouco tempo, os anúncios classificados eram uma boa solução, mas em algum lugar do mundo houve alguém que olhou para um computador, viu a Internet e enxergou uma nova resposta, dotada de dinamismo e modernidade. A partir daí, começaram a proliferar os sites de emprego.

No Brasil, os primeiros surgiram há aproximadamente três anos e, nos últimos tempos, vêm apontando números de fazer inveja a qualquer segmento econômico.

É o caso do Curriculum, que está no ar desde março de 99. Em janeiro passado, havia 65 mil profissionais e 2,1 mil empresas cadastradas em sua base; hoje são mais de 3,5 mil empresas e um número incessante de candidatos: 135 mil em meados de março, sem contar os 1,2 mil novos profissionais inscritos diariamente.

Para MARCELO ABRILERI, diretor da Tecnonet, empresa especializada no desenvolvimento de sites e criadora do Curriculum, esse sucesso deve-se, em parte, ao fato de o processo de anúncio em jornal ser caro, requisitar muito tempo e esforço. "A idéia é facilitar o processo de recrutamento e seleção. É só fornecer as informações sobre o perfil do profissional desejado e em pouquíssimo tempo já se obtém uma pré-seleção na tela", explica.

O grande diferencial do Curriculum, diz ele, é ser uma empresa 100% Internet. "Não somos intermediários. Nosso objetivo é permitir que profissionais e empresas se encontrem." Além disso, o site está agregando novos serviços, como análise de currículos. Também estão em desenvolvimento os testes psicográficos e vocacional.

"Tudo pela Internet", destaca Abrileri.

A teoria na prática

Os sites de empregos já estão mudando a vida de algumas pessoas. Exemplo disso foram experiências relatadas numa pesquisa do Currículum para premiar a melhor história de emprego encontrado do site.
Uma delas foi enviada por um profissional que estava empregado e, em busca de melhor salário, colocou seu currículo no site. Por coincidência, seu chefe, buscando novos profissionais, acabou encontrando-o. Ao invés de se irritar, chamou-o, conversaram e acertaram um aumento, pois a empresa não queria perdê-lo.

Outra história aconteceu em Brasília. Pouco depois de disponibilizar seu currículo no site, um aposentado de 55 anos, desempregado há um ano e, por isso, sofrendo de depressão, foi chamado por uma companhia energética para resolver o problema do Bug do Milênio. Terminado o trabalho, a empresa acabou contratando-o para tocar um novo projeto.