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Alexandre, o Grande!
por Você SA
Publicada em 25/9/2006

Ele morreu aos 33 anos, mas entrou para a história por seus feitos. O que podemos aprender com suas idéias e ações?

Por Marcelo Antônio Aguilar

O filme que carrega seu nome mostra seus conflitos, desejos e anseios ... humaniza Alexandre, o que é bom, mas e suas qualidades de líder? Também está carregado da visão e do desejo do diretor. Algumas coisas podem ser vistas no filme, mas para cruzar com o que sabemos sobre liderança, precisamos ir um pouco mais a fundo e entender a vida deste personagem da história.

Ele começou sua vida profissional bem cedo, para os padrões atuais, pois com apenas 16 anos comandou o exército que defendeu a Macedônia da invasão dos Trácios. Seu pai estava em outra guerra e ele teve de assumir a responsabilidade imposta pela situação. Parece demais para uma pessoa tão jovem, mas temos que lembrar que, naquela época, praticamente não existia a adolescência ... as pessoas saiam da infância, lá pelos seus 10 anos, diretamente para a idade adulta. 

A primeira grande lição que Alexandre ensina é exatamente essa: assuma suas responsabilidades, não importa o qual pesadas sejam para você. Ser líder é buscar ultrapassar seus próprios limites!

Alexandre teve Aristóteles como tutor, o que é um bom começo - e que o motivou a estudar filosofia, medicina e investigação científica. Mas ele também tinha suas próprias idéias e discordava do filósofo que achava que todos os que não eram gregos deveriam ser tratados como escravos. De fato, ele sempre usava pessoas da região conquistada para governar suas 'províncias', fazendo com que a comunicação com os conquistados fosse mais fluídica. Segunda lição: estude e não subestime as pessoas por sua raça, religião ou origem. Sua estratégia, pode ser comparada com o que os economistas chamam hoje de 'aquisição hostil' (hostile takeover) - muito comum no mercado de ações dos países do primeiro mundo. Com uma diferença, ele não 'tomava para desmantelar', e sim, conquistava para somar ao que já existia.

Simples assim? Mais ou menos. Historiadores o descrevem como um homem culto e de raciocínio ligeiro, com uma vontade 'de ferro' e que sabia fazer com que os outros dessem o melhor de si, porém era cruel e teimoso. Exterminou uma cidade rebelde inteira, para que as outras o temessem, e, freqüentemente, recorria ao terror para que respeitassem sua vontade.

Geralmente mandava executar os comandantes mais graduados, das regiões conquistadas, pois sabia que eles detinham toda a estrutura do poder e que poderiam comandar uma revolta. No entanto, dava oportunidades para pessoas de escalões inferiores que demonstrassem identidade com suas idéias. Esta prática ainda é muito comum nas mudanças de executivos nas empresas ... eles identificam e 'cortam as cabeças' das pessoas leais ao executivo anterior. Os problemas nas organizações ocorrem quando alguns destes executivos 'recém-chegados' simplesmente cortam, sem se darem o trabalho de investigar ... e perde gente valiosa. Mas lembre-se, o tipo 'líder-terrorista' está em extinção em muitas corporações.

Alexandre sempre deixava alguém de sua confiança para acompanhar os feitos dos novos donos do poder na província. Ele investia em lealdade, pois sabia que era mais fácil ensinar uma idéia nova do que mudar o caráter de uma pessoa. No entanto, este também foi seu erro administrativo mais profundo, como oligarca, pois confiou demais em Harpálus, seu tesoureiro-chefe mau-caráter, que corrompia os governadores das províncias e usurpava o dinheiro público. Coisa que ele corrigiu mandando executá-los, mas um grande estrago já estava feito.

Lembrem-se, pessoas de caráter fraco são corrompidas mais facilmente por dinheiro e poder, mesmo que seja do seu círculo de amigos e familiares.

Muitos historiadores falam que Alexandre falhou na sua política de mistura de povos e costumes, que dava direitos praticamente iguais a todos nas regiões conquistadas. Ainda estimulava o casamento dos seus soldados com as mulheres locais, com bonificação em dinheiro, e forçava que seus generais aprendessem, e respeitassem, os costumes da região. Para mim, foi isso que permitiu a expansão sem precedentes em tão pouco tempo.

Faça mais um paralelo com a administração moderna. Pense no processo de fusão, tão comum nas empresas de hoje. O que ele pretendia, e que todo executivo deveria fazer, é mesclar e tentar manter o que é bom de cada organização fundida, além de eliminar o que não é bom.

Ele era somente um bom administrador? Não. Também era considerado um dos maiores estrategistas de todos os tempos. Tanto que ainda é estudado em muitas academias militares.

Um exemplo? Quando a cidade de Mileto, encorajada pela proximidade da poderosa marinha Persa, quis resistir à invasão, Alexandre dispensou sua marinha e tomou, por terra, todas as cidades costeiras cortando, assim, o fluxo de provisões dos persas. Só depois partiu para a conquista de Mileto.

Ele era inovador e buscava manter sua mente aberta o suficiente para as opções, mesmo que para isso tivesse que bater em retirada para se reorganizar, ou simplesmente confundir o inimigo.

Mantenha sua mente aberta para as opções, mas saiba a hora de decidir, e decida sem caprichos pessoais. Esta talvez seja a maior e mais difícil de todas as lições que um líder tem que aprender. 


Artigo fornecido pela revista VOCÊ S/A.
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