Pouco a pouco, o pagamento a prazo oferecido pelos bancos para custear a pós-graduação se torna conhecido no país. Esse tipo de crédito, chamado de CDC MBA, surgiu há cinco anos. Até agora, quatro dos dez maiores bancos do país (Caixa Econômica Federal, ABN Amro Real, Bradesco e Santander) oferecem linhas de crédito com essa fi nalidade. As instituições liberam até 40 000 reais e cobram juros que variam entre 1,45% e 2,46% ao mês. As taxas são melhores do que as praticadas no mercado por fi nanceiras e piores do que as oferecidas pelas escolas de MBA.

Para ter acesso ao crédito é preciso que a instituição de ensino seja reconhecida pelo Ministério da Educação e esteja credenciada nos bancos. “Essa é uma maneira de saber para onde está indo o dinheiro oferecido pelo banco”, diz Marcelo Guimarães, superintendente de empréstimos de pessoa física do Santander. É esse vínculo entre banco e escola que derruba as taxas em comparação com o crédito pessoal. Segundo a Fundação Procon, de São Paulo, os juros ao consumidor estavam em 5,49% ao mês em fevereiro, quase o dobro dos juros do CDC MBA.

O publicitário Rodrigo Otávio Amaral Maia, de 23 anos, faz MBA em gestão estratégica de marketing no Centro Universitário Una, em Belo Horizonte, Minas Gerais, e fi nanciou o valor total do curso de 7 400 reais em fevereiro do ano passado pelo banco ABN Amro Real com juros de 2,1% ao ano. Ele poderia ter fi nanciado o seu MBA na própria escola, mas preferiu o banco porque o prazo de pagamento era maior.

Apesar de o banco ter sido mais vantajoso para o publicitário, recomenda-se que você faça os cálculos antes de assumir um CDC MBA. Em geral, o empréstimo pela escola ainda sai mais barato. O economista-chefe da consultoria Austin Rating, Alex Agostini, fez as contas. Ele calculou que um fi nanciamento da Caixa Econômica Federal no valor de 24 000 reais por 24 meses com juros de 1,45% ao mês teria parcelas de 1 412,70 reais. Já se o aluno fi nanciasse diretamente com uma instituição de ensino, como a Fundação Getulio Vargas (FGV) de São Paulo, a prestação cairia para 1 079 reais. Ou seja, ao optar pelo crédito da FGV você teria 333 reais para investir por mês.