Por Luiz Carlos Cabrera*   A expressão “guerra por talentos” aparece insistentemente nas páginas de revistas e jornais de negócios do mundo todo. Aqui no Brasil, o mesmo fenômeno é conhecido como “apagão de talentos”. Mas de quem estamos falando? Por quais pessoas se deflagrou essa guerra? Antigamente, eram considerados talentos os jovens de inteligência muito acima da média e com uma formação acadêmica sofisticada. Só que essa definição excluía milhares de seres humanos que fazem uma enorme diferença no mundo das artes, da religião, da ciência e do esporte.

Hoje, considero talento quem reúne as competências para resolver problemas complexos ou inéditos ou inventar novas soluções para problemas antigos, sempre com foco no cumprimento dos objetivos. Para formular essa definição, usei uma reportagem que li na revista The Economist. O texto contava que os talentos não têm idade definida e não dependem de uma educação sofisticada. Na minha árdua profissão de caçador de talentos, pude identificar alguns traços comuns entre as pessoas que realmente merecem essa classificação:

1- Talentos querem uma perspectiva de futuro.

2- Para se comprometer com um projeto, os talentos querem conhecer e compartilhar a visão e os valores.

3- Criam condições de gerenciar a própria carreira.

4- São desafiados por projetos, e não por cargos.

5- Trabalham em grupo e dividem o conhecimento.

6- Desenvolvem relações pessoa a pessoa.

7- Buscam trabalhar numa organização flexível e ter uma mobilidade desafiadora.

Os muitos talentos que conheci buscavam uma causa para perseguir, e não um simples emprego. Procuravam também um modelo de avaliação ético e um sistema de remuneração que fosse justo e baseado em performance.

E você? Lendo estas linhas percebeu que também é um talento? Então, cuide-se bem. Invista na sua saúde física, mental e espiritual. Estão de olho em você!

*Luiz Carlos Cabrera é professor da Eaesp-FGV, diretor da PMC Consultores e membro da Amrop Hever Group