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  Data: 17/5/2004
  Fonte: Jornal Hoje em dia MG PrintScreen: Veja o printscreen da matéria original
Site lança currículo em vídeo

Site lança currículo em vídeo



Janaina Oliveira
Repórter



Você está procurando emprego? Qual o método utilizado? A era da tecnologia impôs ritmo acelerado às inovações cibernéticas, que atingem todos os setores de forma universal. Como parte desse processo de evolução, o sistema on line de recrutamento de seleção está prometendo decretar o fim do currículo de papel. O site Curriculum é o responsável pela novidade. Agora, o interessado em uma vaga pode enviar um currículo em vídeo transmitido via Internet. Cautelosos, profissionais da área ainda se mostram reticentes em relação ao assunto.

Pelo novo sistema, o profissional cadastrado poderá se apresentar às empresas por meio de um vídeo anexado ao seu currículo e mantido em uma área especial do site. O candidato apresenta seu perfil e um resumo de suas qualificações, em formato de pré-entrevista. Os vídeos têm duração média de 2 a 6 minutos. A intenção é fazer com que o candidato possa falar diretamente às empresas, como se estivesse em uma entrevista real. O serviço, que tem um custo de R$ 149 para produção do vídeo e R$ 49 mensais para um contrato de três meses de hospedagem, inclui a gravação de até quatro vídeos ou módulos.

'O currículo em papel é muito frio e sem graça. O vídeo é forma sensacional de o profissional se lançar no mercado, uma vez que ver a pessoa faz uma diferença muito grande', diz o presidente da Curriculum, Marcelo Abrileri. Segundo ele, o serviço entrou no ar na última segunda-feira e em apenas três dias mais de 1.500 pessoas já haviam acessado os 12 vídeos que estavam no ar.
Entre os especialistas em recursos humanos, no entanto, a novidade foi recebida com ressalvas. Para a psicóloga Andiara Martins, sócia da Martins & Bueno Assessoria em Recursos Humanos, o contato pessoal é e sempre será essencial para a definição de uma contratação. 'O currículo é o cartão de visitas, mas itens como comportamento, princípios e valores são os que mais pesam', explica.
Andiara acredita que dificilmente profissionais se sujeitarão a esse tipo de 'exposição'. Para a psicóloga, as pessoas devem preservar sua imagem e se lançar no mercado de uma maneira mais resguardada. 'O serviço é nova e não tenho conhecimento de clientes que tenham utilizado o artifício. O negócio é ter cautela e esperar a receptividade dos selecionadores a essa abordagem', recomenda.

Já a consultora de recursos humanos Soraya Gervásio aprova, em parte, a ferramenta. 'A princípio a idéia me atrai, pois foge do padrão e pode acelerar o convite para a entrevista. Porém, em geral, se sairão melhor aquelas pessoas que trabalham na linha de frente com contato com cliente. Para os tímidos, sem chance!'.

Antes de selar um contrato, Soraya recomenda aos interessados que chequem as informações das empresas prestadoras de serviços, além de quais e quantas pessoas já conseguiram empregar. Os dados podem ser obtidos via Procon, na própria Web e também na Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).



Banco de talentos virtuais não ajudam



A procura de uma colocação no mercado de trabalho muitas vezes se parece com uma verdadeira batalha. Na esperança de obter uma vaga, o interessado dispara currículos em sites especializados, mas o tão sonhado emprego nem sempre aparece. É o caso da publicitária Paula Carvalho Calixto, 28 anos, com pós-graduação em Marketing. Há mais de dois anos, ela se cadastrou em 'milhões' de sites gratuitos e chegou a pagar por um serviço de recolocação profissional 'que não deu em nada'.

Apesar do insucesso, ela acredita na eficácia da tática. 'Do jeito que as coisas estão, a saída é se cadastrar no máximo possível de endereços eletrônicos. Até pensei que poderia parecer que eu estava atirando para todos os lados, mas a verdade é essa mesmo', admite. Outro caminho apontado pela publicitária é a inclusão dos currículos nos sites das próprias empresas. Porém, de cada cem currículos enviados, ela contabiliza apenas um ou dois retornos.

'Na prática, o retorno ainda é muito pequeno. São milhares de currículos e muitas empresas sequer fazem o uso do banco de dados', opina a psicóloga Andiara Martins, sócia da Martins & Bueno Assessoria em RH Limitada. De acordo com Andiara, por falta de tempo, mesmo as empresas que possuem um banco de oportunidades nem sempre recorrem a ele. A alternativa, muitas vezes, é buscar contatos, agências de recrutamento e indicações, que proporcionam maior agilidade, menor custo e mais qualidade.

Uma dica importante da psicóloga é checar a idoneidade dos sites, conversando com profissionais experientes no mercado de RH e gestão de pessoas. 'Sugiro que os formulários sejam preenchidos, mas é necessário conhecer bem o veículo, uma vez que seus dados pessoais estarão sendo amplamente divulgados.' Andiara acredita que essa prática de recrutamento ainda é pequena, mas encontra-se em processo de amadurecendo.
'O mais importante é confiar em si mesmo, preparar um currículo forte, com no máximo duas páginas, e destacar seu nome. Atualmente, menos de 5% das contratações acontecem por causa de currículo em Internet. A ordem, portanto, é caprichar', sintetiza a consultora Soraya Gervásio.



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