SÃO PAULO, 13 de fevereiro de 2006 - Um dos maiores entraves para a qualificação dos profissionais brasileiros é a defasagem das universidades em relação às necessidades do mercado. 'O meio acadêmico é lento para se adequar ao mercado. O gap entre a universidade e o mercado é muito grande', afirma o presidente do site de empregos Curriculum.com.Br, Marcelo Abrileri.
Nos últimos anos, vem crescendo o número de companhias que exigem a graduação em faculdades classificadas como de 'primeira linha' como requisito para os candidatos a uma vaga na empresa, o que para Abrileri, é uma postura incorreta. 'Por preconceito, as empresas acabam perdendo profissionais de grande talento que estão universidades menos conceituadas', diz.


Para Lara Almeida Prado, diretora da DM Recursos Humanos, falta integração entre as duas realidades. 'Atualmente, o mundo acadêmico é um e o profissional é outro. O que falta, e todos estão procurando, é uma ponte entre os dois', diz. Em algumas universidades já existe um profissional específico para desempenhar esse papel, como é o caso da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap). A faculdade contratou em 2002 um gestor de carreira, cuja principal missão é ouvir as necessidades do mercado e repassá-las aos coordenadores dos cursos. Além disso, o gestor presta consultoria indivudual para os alunos, orientando-os na hora de buscar uma colocação.


Para a executiva da DM, exemplos como esse sinalizam a movimentação das universidades para entrar no mercado, mas ainda são insuficientes. 'Pode ser que no futuro essa movimentação se fortaleça. Mas por enquanto, é muito pouco'.


(Ligia Guimarães - InvestNews)