Início
Press releases
Pautas
Artigos
Clipping
Publicidade
Cobertura de Eventos
 

  Data: 28/3/2011 URL: Veja a matéria no site de origem
  Fonte: Correiro Braziliense Online
Faltar a uma entrevista de emprego e não avisar indica descompromisso e abala a imagem

Com a criação de mais de 390 mil postos de trabalho formais no primeiro bimestre deste ano, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), fica difícil imaginar que ainda há pessoas que sequer tentam disputar essas oportunidades. Mas elas existem. E são muitas, segundo pesquisa feita pela Curriculum. Ao entrevistar 36 mil profissionais de todo o Brasil, o site de administração de currículos constatou que 35,3% deles já faltaram a uma entrevista de emprego e 64% conhecem alguém que tomou a mesma atitude.

Recrutadores de Brasília confirmam o sumiço de candidatos. Assim como no resto do Brasil, segundo revelou a pesquisa, a falta de interesse pela vaga é a principal razão da ausência. Os outros motivos são a ida a outra seleção, a localização da empresa onde ocorrerá a entrevista e imprevistos, como problemas de saúde, trânsito e viagens de última hora.

Segundo Marillac de Castro, consultora de recursos humanos da Intellijob, o erro não está em faltar a entrevista, mas em deixar de comunicar a ausência. "A comunicação é uma peça-chave para o início do processo seletivo. E as consultorias estão com todos os seus canais abertos." As opções de contato, no entanto, quase sempre não são exploradas. Dos entrevistados, 51% assumem que não avisam às empresas quando decidem faltar a uma seleção. Muitos acreditam que a ligação não faria diferença, outros acham que o comunicado não é necessário e ainda há aqueles que nãoo fazem por vergonha.

Para a diretora de Recurso Humano do Grupo Labor, Márcia Garcia, os motivos dos entrevistados demonstram uma atitude pouco profissional e imatura. "O ambiente de trabalho não tem espaço para essas ações", avisa. Márcia recomenda aos candidatos que, antes de pensar em desistir, avaliem as consequências da decisão. "O profissional não deve se esconder do processo seletivo. E mesmo se não for aprovado, pode acabar fortalecendo sua rede de relacionamento", pondera a recrutadora.

Marcelo Abrileri, presidente da Curriculum, avalia que os resultados da pesquisa mostram uma falha de comunicação entre candidatos e empresas. "Se um profissional não tem interesse pela vaga, é melhor deixar a oportunidade para quem realmente tem vontade de participar do processo seletivo". No entanto, segundo o executivo, as empresas também têm culpa em algumas questões. "A falta de feedback (retorno) após a etapa presencial faz com que o candidato, que tem expectativas, não se interesse por outras seleções."

A pesquisa ainda questionou os entrevistados sobre a possibilidade de serem prejudicados por conta das ausências. O resultado mostrou que 75,4% deles têm ciência disso, mas tentam administrar essa perda de alguma forma. Já 15,4% responderam que não acham que podem ter a imagem comprometida, pois faltam processos que não os interessam. Para 9,2%, a falta não prejudica uma futura recolocação. Mas Marillac de Castro avisa: o sumiço pode até eliminar o currículo de um candidato do banco de dados de um recrutadora.

Marillac explica que, na sua empresa de consultoria e recrutamento, os cadastros de currículos são feitos pela internet. Diante de uma infinidade de perfis, são agendadas por telefone as entrevistas com os pré-selecionados. Aí, começam as confusões. "Os candidatos querem saber todos os detalhes da vaga nesse primeiro contato", diz a recrutadora. Essas ligações, no entanto, são feitas muitas vezes por secretárias, que têm apenas informações básicas sobre o cargo a ser preenchido. "Determinadas informações, como horário de trabalho e remuneração, são passadas apenas na hora da seleção", explica Marillac.

A recrutadora também destaca que a ausência prejudica os profissionais que realmente estão comprometidos com a seleção. Dependendo da quantidade de presentes, os processos podem sofrer atrasos. Marillac lembra que, para preencher 14 vagas de supervisor de vendas e consultor comercial, agendou entrevista com 22 pessoas. Apenas quatro compareceram. "Com o número baixo, fica difícil selecionar os mais indicados", analisa. Segundo Márcia Garcia, o ideal é ter pelo menos três candidatos por vaga a ser preenchida. "Muitos clientes não aceitam um número menor que esse", diz.




Voltar