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  Data: 12/6/2011 URL: Veja a matéria no site de origem
  Fonte: R7
Quase 50% das empresas dizem que candidatos mentem nos currículos

Pesquisa aponta que brasileiros exageram sobre experiências e idiomas no currículo

Quase metade das empresas no Brasil não confia nos currículos que recebem para vagas de emprego. Segundo pesquisa realizada em 11 países, 42% dos recrutadores consideram que há mentira nos dados enviados pelos candidatos.

A informação mais exagerada nos currículos está no item ligado às experiências profissionais, diz o estudo. Quase metade dos candidatos (48%) mente sobre suas reais tarefas no atual emprego ou no anterior.

Esse item é justamente o que mais chama a atenção dos recrutadores. De acordo com o estudo, as experiências profissionais são o primeiro item observado por 36% dos executivos de RH ao receber um currículo.

O segundo ponto em que os brasileiros mais mentem é sobre conhecimento de línguas (46%), como inglês e espanhol. Em terceiro lugar está o motivo que levou a deixar o emprego antigo (42%).

Segundo o advogado Marcos César Amador Alves, especialista em direito do trabalho, a desconfiança das empresas não é uma coisa ruim. É obrigação dos recrutadores checar se as informações colocadas pelo candidato no currículo são verdadeiras, diz o bacharel.

- As companhias não podem ser ingênuas. Elas têm que verificar se as informações do currículo são verdadeiras.

A empresa não pode usar uma informação falsa no currículo para demitir um funcionário por justa causa, afirma o advogado. Ele é ex-presidente da Comissão de Direito Empresarial do Trabalho da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil - São Paulo).

Nem por isso é permitido mentir, ressalta Amador Alves.

- Se o empregado cometeu uma fraude ou adulteração grave, poderá ser aplicada a justa causa.

Experiências profissionais

O fato também é bastante observado entre empresas que fazem intermediação de vagas no país. Marcelo Abrileri, presidente da Curriculum, confirma que as pessoas "exageram" principalmente quando escrevem sobre experiências em empregos anteriores. Para ele, os trabalhadores fraudam o currículo por estarem inseguras.

Sudeste tem maioria com diploma superior

- Acontece com muita gente. É frequente, porque as pessoas estão inseguras. E você quando está inseguro tende a dizer mais do que deveria, ultrapassando uma linha tênue e entrando na mentira. Muitas vezes, o trabalhador diz que fez algo de forma exagerada, porque quer defender sua competência em determinado segmento.

No entanto, é preciso tomar cuidado pois a empresa ou recrutador podem criar meios para compravar as capacidades descritas no currículo profissional.

Ainda de acordo com Abrileri, é muito comum exigir um teste para saber se a pessoa tem mesmo aquele nível de inglês ou sabe usar de fato determinado programa de computador.

Adriana Roggieri, coordenadora de projetos do Grupo Foco, que faz recrutamento e seleção, explica que a fraude também acontece no campo do cargo.

Normalmente, as pessoas trocam a função que tiveram porque exerceram atividades além do que está no seu registro profissional. Neste casos, ela aconselha que o trabalhador opte por explicar isso na descrição do trabalho em vez de "fraudar" o cargo anterior.

- Muitas vezes, a pessoa foi um assistente, mas coloca no currículo que foi coordenador, porque ela vê uma vaga que pede experiência em coordenação. É onde reside maior número de inconscistências nas informações. E pode acontecer da pessoa que está como assistente numa empresa pequena desenvolver mais atividades de coordenação. O que ela tem fazer é esmiuçar as atividades na descrição de uma maneira objetiva e explicar isso na entrevista.

Outros países

Entre os países avaliados, Luxemburgo é o que tem mais empresas que confiam nos currículos dos candidatos: 72%. A nação campeã em desconfiança é a República Tcheca, onde 70% das companhias acham que os candidatos mentem.




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