Tecnologias para viabilizar entrevistas remotas podem acelerar processos seletivos, mas devem ser usadas com moderação, afirmam especialistas em RH.
As duas principais restrições referem-se ao uso nas duas extremidades das cadeias hierárquicas: no topo e na base da empresa.
Mariá Giuliese, consultora da Lens & Minarelli, elogia o Skype, mas ressalva que, para cargos menores, é possível que a ferramenta termine excluindo "bons profissionais que não sabem usar computador muito bem".
Já para funcionários em posição de liderança, a entrevista "requer olho no olho e contato pessoal, pois é preciso gerar comprometimento. A conversa virtual não possibilita isso", diz Ricardo Barcelos, sócio da Havik.
Ele observa que, em países com outras culturas, esse "olho no olho" pode ser menos importante.
O presidente da Curriculum.com.br, Marcelo Abrileri, 47, ofereceu aos candidatos a possibilidade de gravar um currículo em vídeo em 2002. Desistiu em 2006, por considerar que o método não funciona. "Quem sabe falar tira de letra. Mas gravei um vídeo com um engenheiro que travou diante da câmera. E ele era muito bom."