Ter um chefe confiável e competente não é importante apenas para ser feliz no seu emprego atual: contar com essa figura também garante uma perspectiva de crescimento a longo prazo na sua carreira.

Nem sempre é fácil. Rodeados por pressões e insatisfações que partem de todos os lados, os líderes estão suscetíveis a erros constantes, seja na condução estratégica de um projeto, seja na gestão de pessoas.

A ficção traz exemplos positivos nesse sentido. Nesta galeria, você conhecerá 7 chefes do mundo do cinema e das séries que driblam suas próprias fraquezas e conseguem estabelecer uma relação de cumplicidade com seus liderados.

Irene Hastings, de “O segredo dos seus olhos”

Irene Hastings, de

Benjamín Esposito (Ricardo Darín) trabalha no departamento de Justiça Penal em Buenos Aires, nos anos 1970, investiga um crime brutal. Para conseguir encurralar o principal suspeito, ele conta com o apoio valioso de sua chefe direta, Irene Hastings (Soledad Villamil), por quem alimenta uma paixão platônica.

Por que é uma chefe tão incrível? Irene vai na contramão das outras autoridades, que preferiam fazer “vistas grossas” ao crime, e permite que sua equipe dê seguimento ao trabalho de investigação. “Ela é muito dura, mas joga junto com o time”, diz Rodrigo Camargo, consultor de recrutamento de executivos da Talenses. Num momento decisivo da trama, Irene se arrisca pessoalmente para desmascarar o criminoso. “Quando é necessário, ela sai um pouco do papel de gestora e ajuda a equipe a atingir seu objetivo”, explica Camargo.

“El secreto de sus ojos”
Ano:
2009
Diretor:
Juan José Campanella

Jules Ostin, de “Um senhor estagiário”

Jules Ostin, de

Jules (Anne Hathaway) é a fundadora e diretora de um site de e-commerce que emprega mais de 200 pessoas. Sua rotina muda bruscamente com a chegada de Ben (Robert De Niro), um viúvo de 70 anos que se oferece para trabalhar como estagiário “sênior” em sua empresa.

Por que é uma chefe tão incrível? A convivência entre Jules e seu estagiário septuagenário é marcada por um inevitável choque de gerações. “Ela é jovem e agitada, então trabalhar num outro ritmo com uma pessoa mais velha é difícil para ela”, explica Camargo. Sua postura, no entanto, não é preconceituosa: ela é capaz de escutar Ben e aprender habilidades novas com ele. Segundo o consultor da Talenses, a liderança empática de Jules mostra que um gestor deve valorizar as diferenças que tem com seus próprios chefiados.

“The intern”
Ano:
2015
Diretora:
Nancy Meyers

Philippe, de “Intocáveis”

Philippe, de

O senegalês Driss (Omar Sy) vai trabalhar como cuidador do rico Philippe (François Cluzet), que ficou tetraplégico após um grave acidente. Não demora para que a postura rígida do milionário se choque com a personalidade irreverente do enfermeiro. Com o tempo, um forte laço de amizade começa a se delinear entre os dois.

Por que é um chefe tão incrível? Relativamente frio e distante com seus funcionários, Philippe passa por um processo de transformação após o contato com Driss. Com o tempo, torna-se mais humilde e divertido. Essa capacidade de abertura é rara e preciosa, afirma Camargo, e deve servir como exemplo para qualquer líder. Outra lição trazida pelo personagem é a importância de cultivar amizades com os liderados. “Não é apenas o caso de chamar o seu subordinado para um café ou happy hour, mas realmente estabelecer uma relação de cumplicidade com ele”, explica o consultor.

“Intouchables”
Ano:
2011
Diretores:
Olivier Nakache e Eric Toledano

M, de “007 – Operação Skyfall”

M, de

O agente secreto James Bond (Daniel Craig) e sua chefe M (Judi Dench) trabalham juntos para evitar que um HD repleto de informações confidenciais seja roubado. O laço de confiança entre os dois será testado por situações que colocarão suas vidas em risco.

Por que é uma chefe tão incrível? Presente em outros filmes da série 007, M é uma chefe que consegue exercer autoridade sem ser autoritária. “Em alguns momentos ela mostra uma faceta de ‘mãezona’, mas sabe ser firme”, diz Camargo. O caráter da diretora do serviço secreto britânico também reflete a importância da maturidade e da senioridade para um líder. “Como já viveu muita coisa, ela consegue trazer segurança para a equipe”, comenta o especialista.

“Skyfall”
Ano:
2012
Diretor:
Sam Mendes

Marty Baron, de “Spotlight – Segredos revelados”

Marty Baron, de

Sob a batuta do editor Marty Baron, uma equipe de jornalistas do “The Boston Globe” dá início a uma extensa investigação sobre casos de pedofilia envolvendo padres. O caso é real e teve grande impacto para representantes e seguidores da Igreja Católica.

Por que é um chefe tão incrível? Baron dá plena autonomia para sua equipe, o que faz com que a investigação deslanche e entre para a história do jornalismo. Além disso, ele age de forma estratégica ao atrasar a divulgação da reportagem frente ao ataque de 11 de setembro, que havia absorvido inteiramente a atenção do público. “Ele banca a decisão de publicar a história meses mais tarde, para garantir que ela não seria ofuscada pela queda do World Trade Center”, diz Camargo. “Isso para não falar na ousadia que ele teve de tocar num tema tão delicado quanto a pedofilia na Igreja”.

“Spotlight”
Ano:
2015
Diretor:
Tom McCarthy

Richard Phillips, de “Capitão Phillips”

Richard Phillips, de

O capitão Richard Phillips (Tom Hanks) é responsável pela condução de um cargueiro dos Estados Unidos até o Quênia. A sorte da tripulação muda quando o navio é invadido por piratas da Somália.

Por que é um chefe tão incrível? Mesmo numa situação altamente carregada de tensão e risco à própria vida, Phillips consegue manter a calma e arquitetar um plano para salvar a tripulação e o cargueiro. “Ao contrário do capitão do Titanic, que é o primeiro a fugir quando começa o naufrágio, ele assume a responsabilidade de salvar o grupo”, comenta Camargo. O principal recurso do personagem é a inteligência emocional, uma das competências mais importantes para a liderança em tempos de crise.

“Captain Phillips”
Ano:
2013
Diretor:
Paul Greengrass

Harry Selfridge, de “Mr. Selfridge”

Harry Selfridge, de

Em 1910, o empresário norte-americano Harry Selfridge (Jeremy Piven) abre uma loja de departamentos em Londres, que se torna uma das mais importantes da cidade. O empreendedor e o negócio retratados na série de fato existiram.

Por que é um chefe tão incrível? Na visão de Camargo, Selfridge é um exemplo de chefe abnegado, generoso e preocupado com seus funcionários. “Ele trabalha mais do que todo mundo, e impede que o clima pese mesmo quando as coisas vão mal”, explica o consultor. A principal lição trazida pelo personagem é o benefício trazido por líderes que não temem expressar seu lado humano diante da equipe. Apesar de pressionar os funcionários por resultados, ele sabe ser compreensivo e ajudar quando é necessário, afirma Camargo.

“Mr. Selfridge”
Ano:
2013 – presente
Diretor:
Andrew Davies

Fonte: Exame.com