O capitão do inédito ouro olímpico no futebol masculino não quer mais liderar a seleção brasileira. Ontem, o jogador Neymar, dono da braçadeira, disse, ainda no Maracanã, que não quer mais ser o capitão.

A decisão parece ter sido tomada antes mesmo de ele pisar no gramado para enfrentar a seleção da Alemanha na final já que ele mesmo disse que o assunto tinha sido discutido com sua família.

O técnico do time na Olímpiada, Rogério Micale elogiou a atitude de Neymar que classificou de gesto nobre. O anúncio do jogador comprova uma valiosa máxima de liderança válida para qualquer profissão: não é porque você é muito competente tecnicamente que terá sucesso na cadeira de líder, ainda que seja o esforço individual que o leve até a promoção de cargo.

Engajar e motivar pessoas e conseguir resultados por meio da equipe são duas competências exigidas para quem quer se dar bem numa posição de liderança, segundo especialistas. A preocupação com o sucesso do grupo, aliás, é um dos motivos por que alguém é visto como um líder, segundo Jill Geisler, autora do livro “Como se tornar um ótimo chefe” (Editora Sextante). “Gestores são seguidos porque foram designados pela empresa; líderes são seguidos porque foram escolhidos pela equipe”, afirma Jill.

A decisão de Neymar parece mostrar que o que o jogador busca é a chamada carreira em Y. Mais do que liderar os outros colegas de equipe, o jogador, que é excelente tecnicamente, quer se dedicar ao que faz de melhor que é jogar bola.

Segundo Ernesto Haberkorn, fundador da TOTVS e diretor da TI Educacional, a carreira em Y, é ideal para quem prefere mesmo a dimensão mão na massa de sua profissão.

Para profissionais que se identificam com a escolha do jogador e não querem liderar a equipe, vale mesmo negar uma eventual promoção ao cargo, como fez Neymar. Confira o que o presidente da Produtive, Rafael Souto, diz sobre recusar uma oferta para mudar de posição na hierarquia corporativa, neste vídeo de carreira.

Fonte: Exame.com