Eduardo Tafa ganharia um automóvel de presente de 19 anos do pai, mas preferiu usar o valor para investir

Entre todas as faixas etárias, o emprego dos jovens foi o mais afetado durante toda a pandemia . O desemprego atingiu 42,7% das pessoas de 14 a 17 anos, 29,8% nas de 18 a 24 anos de idade e 13,9% na faixa-etária dos 25 a 39 anos. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em março de 2021, os três estratos da juventude superaram a média nacional de desemprego em meio à pandemia do novo coronavírus.

Se a carteira assinada está cada vez mais difícil para os millenials, o empreendedorismo é um objetivo cada vez mais comum. Segundo levantamento realizado pelo Sebrae, o desejo de se tornar um empreendedor começa cedo. Um a cada três empresários já tinha algum tipo de pensamento nesse sentido antes de completar 18 anos. Quando considerado apenas o grupo de empreendedores com até 24 anos, 80% já haviam cogitado o  empreendedorismo antes dos 18 anos.

Em 2009, sem sequer imaginar as duas crises financeiras e trabalhistas que o Brasil vivenciaria no futuro, Eduardo Tafa tinha 19 anos e seu pai lhe ofereceu um “presente da maioridade”: um carro zero . Junto do presente automotivo, também viria a certeza de um emprego na multinacional com o empurrão familiar.

Ao contrário do que se imaginaria de um jovem adulto, ele recusou os dois. Decidiu apostar em sua independência financeira e comprou 30% da empresa de um amigo, onde já trabalhava há três meses. À época, o sócio de Eduardo precisava de dinheiro para manter a loja.

“Meus pais já tinham um plano de carreira e de vida para mim. Todo mundo lá em casa é CLT . Nunca quis bater meta e seguir horário. Acho que por conhecer essa vida de perto que eu decidi mudar”, conta.

Agora acionista, o ex-funcionário percebeu, em pouco tempo, o potencial pouco aproveitado da companhia de lavagem de sofás.

Quatro anos depois, Eduardo adquiriu toda a operação que começou em R$ 20 mil. Mudou o nome da empresa para Sofá Novo de Novo , então importou equipamentos, firmou parceria com fornecedores exclusivos, certificou-os pela Anvisa, aperfeiçoou o método de trabalho e, mesmo sem imaginar que um dia existiria uma pandemia global, adotou padrões de higiene e segurança.

Expansão na pandemia

Hoje com 30 anos, Tafa é dono da empresa quase hegemômica no setor em que atua na Região Metropolitana de Curitiba.

Desde que começou a franquear seu serviço, em fevereiro de 2020, Tafa já tem 22 franquias implantadas. Com investimento de R$ 3 milhões, a rede projeta a instalação de 45 novas franqueadas e filiais em 2021, e uma receita líquida de R$ 10 milhões. 

“É o terceiro ano consecutivo que temos fluxo recorde de caixa. Com a pandemia, o serviço teve aumento de 30% porque as pessoas começaram a ficar mais tempo em casa e, por isso, reparar mais nos seus móveis”, explica.

Para julho, estão previstas inaugurações de quatro unidades nos Estados Unidos, em regiões como Houston, Texas, Dallas e Miami.

Fonte: https://economia.ig.com.br/2021-04-24/empreendedorismo-sofa-novo-de-novo.html