Índice medido com 1,6 mil profissionais indica síndrome de burnout como principal impactador no bem-estar do trabalhador; Nordeste lidera estafa, aponta Zenklub

Um novo ano começou e ainda há quem sinta reflexos de esgotamento profissional adquiridos em 2021. Cansaço, estresse, baixa produtividade e negativismo são algumas das consequências da síndrome de burnout, uma das variáveis que influenciaram o Índice de Bem-Estar Corporativo (IBC) médio entre os trabalhadores brasileiros.

De acordo com a startup Zenklub, especializada em cuidado emocional corporativo, que criou o IBC, o índice ficou em 49,25 em 2021, em uma escala de 0 a 100, cujo ideal mínimo é de 78. O dado foi puxado, entre cinco motivos ligados ao bem-estar, pelo alto índice de burnout (veja os outros motivos mais abaixo) e traz alerta para as empresas quanto aos riscos de estafa entre seus colaboradores.

A partir deste mês de janeiro, a síndrome passa a integrar a Classificação Internacional de Doenças (CID-11), lista elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O burnout não foi classificado como uma doença na CID, mas, sim, como um “fenômeno” ligado ao trabalho que afeta a saúde. A condição foi incluída no capítulo de problemas associados ao emprego ou ao desemprego e descrito como “uma síndrome resultante de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito”.

Para o mapeamento do IBC, a Zenklub levou em consideração três dimensões do burnout: sensação de esgotamento ou exaustão de energia; aumento da distância mental do trabalho ou sentimentos de negativismo; e eficácia profissional reduzida. Foram entrevistadas mais de 1,6 mil pessoas de 335 empresas de todas as regiões do Brasil.

O índice mais alto de esgotamento, que baixou a nota média do IBC, foi observado na região Nordeste (69,17), seguido de Centro-Oeste (60,42), Sudeste (57,07), Sul (52,58) e Norte (37,5). Além disso, quanto maior o número de colaboradores da empresa, menor tende a ser o bem-estar (leia mais abaixo como é feita a medição). Entre os setores mais ‘estressantes’, estão: farmacêutico (79,17), recrutamento (75,89), seguros (70,31), logística (69,64) e indústria (69,06).

De acordo com Rui Brandão, CEO da Zenklub, com a inclusão do burnout na lista de doenças da OMS, as empresas passam a ter ainda mais responsabilidade pela saúde emocional de seus colaboradores. “Será essencial o monitoramento de causas e riscos de burnout no gerenciamento da saúde e segurança do trabalho”, salienta.

Segundo o CEO, monitorar é o primeiro passo para tratar e prevenir casos de esgotamento. “Faltam ferramentas para mapear a saúde mental dos trabalhadores e muitas empresas ainda estão aprendendo a lidar com o assunto. O IBC vem justamente como uma ferramenta para oferecer esse panorama com base em dados, fazendo com que seja possível olhar não só para o tratamento, como para a prevenção”.

O cinco motivos que impactam o bem-estar

O IBC foi desenvolvido pelo Zenklub em parceria com psicometristas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O objetivo é ajudar empresas a terem um panorama da saúde mental de seus colaboradores. As 32 perguntas do questionário online foram criadas com base em escalas validadas para o contexto brasileiro.

Além do burnout, a ferramenta de tecnologia avaliou outras quatro dimensões alinhadas com o conceito da OMS que caracteriza a qualidade de vida de um indivíduo no ambiente organizacional e psicossocial relacionados ao trabalho. Confira abaixo:

Relacionamento com colegas e líderes

Os relacionamentos entre colegas e líderes são fundamentais para o bem estar no trabalho. Estudos descobriram que a desconfiança entre colegas de trabalho está relacionada à confusão de papéis, má comunicação, baixa satisfação no trabalho e baixo bem-estar psicológico.

Volume de demanda e controle

Volume e demanda são aspectos que envolvem a organização da rotina de trabalho. São problemas quando, por exemplo, o volume das entregas supera constantemente a jornada de trabalho ou as demandas chegam a qualquer momento sem priorização. Essas práticas contribuem para um baixo índice de bem-estar e produtividade.

Ambiente de trabalho

O ambiente de trabalho saudável e equilibrado contribui para o bem-estar do trabalhador. Isso significa proporcionar a desconexão do trabalho e o respeito às pausas e descanso, sem demandas em horários inadequados.

Adição ao trabalho

A adição ao trabalho reflete o quando os colaboradores têm dificuldades para se desconectar da rotina profissional quando não estão em sua jornada de trabalho, por exemplo, aos finais de semana ou durante as férias.

Curso gratuito sobre síndrome de burnout

Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre o tema, o Zenklub disponibiliza um curso online e gratuito sobre a síndrome de burnout e a relação com o trabalho. As aulas são direcionadas para profissionais de todas as áreas e níveis, desde lideranças, gestores de RH, colaboradores à especialistas dos setores da saúde.

Com carga horária total de 2h e quatro módulos, o curso é ministrado por Carol Milters, escritora e idealizadora da 1ª Semana Mundial de Conscientização do Burnout. O aluno aprende conceitos e práticas saudáveis contra os sintomas e danos da síndrome e recebe certificado ao final.

Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/educacao/carreira/bem-estar-no-trabalho-tem-nota-abaixo-do-ideal-em-medicao-de-startup,b2694f882cf94f065a282615106e5345dk4e1l1r.html

Cadastre ou atualize seu currículo na Curriculum: https://www.curriculum.com.br/01_10.asp