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  Data: 29/11/2002 URL: Veja a matéria no site de origem
  Fonte: ISTOÉ Dinhei PrintScreen: Veja o printscreen da matéria original
POR DENTRO DO ESQUEMA CATHO (Pagina 2)

Os peritos encontraram vestígios que as práticas são adotadas há pelo menos dois anos e que envolvia empresas até de outras áreas, sem ligação direta com o recrutamento profissional. “Em documento de novembro de 2000, a Catho solicita e autoriza Adriano Meirinho a roubar bancos de dados sobre códigos telefônicos de DDD e DDI existente em site da Embratel”, escrevem os peritos. No mesmo mês, Meirinho teria afirmado que “está roubando dados do Guia OESP”. Mas o caso mais explorado pelos peritos é o da Curriculum. De acordo com o relatório, Meirinho teria criado uma empresa, a 2Minds4Art, para se associar ao site da empresa
de colocação profissional. Ele teria pago R$ 150,00 pelo direito
de usar a base de dados do site – que tem cerca de 450 mil currículos cadastrados – durante 15 dias. Normalmente, os
clientes da Curriculum examinam de 20 a, no máximo, 500
currículos por dia. Só na segunda-feira, 25 de fevereiro de
2002, a 2Minds4Art acessou 63.207 currículos. Com o programa “rouba.phtml”, acessava e copiava rapidamente cada currículo
para a base de dados da Catho, segundo o relatório. Em uma semana, eles copiaram mais de 188 mil arquivos.

A operação foi descoberta no balanço semanal de acessos da Curriculum. Desconfiados, os diretores da empresa bloquearam o acesso da 2Minds4Art, rastrearam a trilha eletrônica e chegaram
ao computador de Meirinho. Ao mesmo tempo, os clientes da Curriculum começaram, de acordo com a denúncia, a receber propaganda da Catho. Com o argumento que estava sendo vítima de espionagem e furto de dados, a Curriculum abriu um processo por concorrência desleal contra a Catho e pediu a busca e apreensão de computadores na empresa. Às 8h15 da manhã de quinta-feira,
dia 18 de abril, dois peritos, um técnico e dois oficiais de Justiça subiram ao 9o andar de uma das sedes da Catho, na Alameda Joaquim Eugênio de Lima, em São Paulo. Com chaves de fenda,
eles abriram os computadores e copiaram onze HDs, discos magnéticos em que os dados ficam armazenados. Ao chegar
à empresa, Meirinho os viu, discutiu com eles e, irritado, chutou
um computador. Thomas Case só perguntou o que estava acontecendo e saiu calmamente, sem dizer nada.

Com o material apreendido, os peritos encontraram cópias dos arquivos da Curriculum. Além disso, relatam, havia um manual em que se lia instruções “Script para Roubar a Curriculum.com.br”, em que se descrevia o objetivo de “roubar” 450 mil currículos. Os peritos declaram ainda ter encontrado outros programas, como o que relaciona uma lista com vários sites especializados em recrutamento profissional e os classifica de acordo com os seguintes itens: “dá para roubar”; “não dá”; “site lento”. Segundo os diálogos transcritos no relatório, os funcionários da Catho Online se gabam de terem obtido 68.066 currículos do banco de dados de uma das maiores empresas do ramo no País, a Gelre. Outra empresa citada foi a “Empregos.com.br”. Nesse caso, o diretor-executivo do site, Daniel Mendes, percebeu um fenômeno curioso. Por três vezes, ele colocou no site currículos falsos, apenas para testes, para ver se o sistema funcionava. “Fiquei surpreso, os três contatos começaram a receber e-mails da Catho”, disse Mendes à DINHEIRO.




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