Uma das mudanças importantes que a tecnologia aplicada ao RH pode trazer para as empresas é em relação a adoção do feedback contínuo. Aplicativos facilitam profissionais e chefes a avaliarem, em tempo real, projetos, reuniões, atitudes e atividades no trabalho. Elas são consolidadas e podem até substituir a tradicional avaliação de desempenho anual adotada pela maior parte das grandes empresas.
No GPA, a head de recursos humanos, Larissa Forte, diz que em novembro o grupo começa a testar essa ferramenta, via mobile, com um grupo de 2,5 mil executivos. Em 2018, o objetivo é ampliar o teste até o segundo nível de chefia das lojas. O grupo tem 100 mil funcionários, então a adoção para todos os níveis deve demorar um pouco mais.
Ela conta que o GPA aplica a avaliação por competências, que será simplificada com a adoção da plataforma de gestão de RH na nuvem SAP SuccessFactors. “Vamos estabelecer metas em grupo e individuais e também passaremos a usar a de 360 graus”, diz. Antes, o grupo usava a matriz Nine Box para avaliar o desempenho dos funcionários.
A mudança no feedback será uma etapa importante. “Antes, existia uma avaliação com o chefe que era muito informal, acho que essa será uma grande diferença”, diz. A questão, segundo Larissa, é a gestão da mudança. “Como fazer com que um gestor que não fazia essa avaliação direito comece a fazer agora?” Por isso, os treinamentos vão ser mais voltados para a formação de liderança do que para aprender o uso da tecnologia que, segundo ela, é bem simples.
Na própria SAP, dona da plataforma SuccessFactors, o feedback contínuo foi adotado em um projeto piloto no ano passado para 8 mil dos 87 mil funcionários, em vários países, incluindo o Brasil. Paula Jacomo, head de recursos humanos da companhia para a América Latina, diz que essa foi uma mudança importante. “Sentimos mais a temperatura do que é preciso mudar”, diz. Ela conta que tanto chefe como funcionário podem iniciar a conversa. O que vai contar na avaliação final é o histórico dessa interação.
No SBIB Hospital Albert Einstein, a diretora executiva de recursos humanos, Miriam do Carmo Branco da Cunha, diz que a instituição, que tem 13 mil funcionários, começou a experimentar o feedback contínuo este ano. Primeiro, ela está acontecendo no setor de enfermagem. “O resultado tem sido muio bom, os feedbacks estão construtivos e não superficiais”, afirma.
O objetivo é incluir, posteriormente, os médicos e os executivos do grupo. A avaliação de desempenho já era uma prática na instituição, diz Miriam, o que muda é que o uso da tecnologia facilita o processo. “É como um Facebook, as pessoas se adaptam muito rápido.”
Fonte: Valor Econômico