Se você tem cursos complementares, é importante analisar quando informá-los no currículo, onde e como informá-los. Igualmente importante é saber também quando NÃO incluir alguns cursos.

Em primeiro lugar, tenha em mente que cursos complementares no currículo não servem para mostrar aos selecionadores das empresas TODOS os conhecimentos extras que você obteve ao longo de seu histórico, mas para demonstrar concretamente com que frequência você se aprimora como profissional e como tem atualizado conhecimentos relevantes para atuar nos cargos em que você deseja trabalhar atualmente.

Onde informar estes cursos no currículo

Se você está lendo este artigo, acreditamos que já leu nossos artigos anteriores do Manual da Recolocação sobre o currículo, já cuidou dos tópicos anteriores dele, como o cabeçalho, o objetivo profissional, o resumo de qualificações para destacar suas principais forças, as experiências em cada empresa e também a formação, certo? Perceba que até aqui, tudo isso é conteúdo mais que suficiente para preencher inteiramente a primeira página do currículo, ou muitas vezes até mesmo ultrapassar a primeira página.

Por isso mesmo, os cursos complementares que você tiver feito e desejar informar no currículo estarão num item que geralmente ficará na segunda página, como é a maioria dos casos para profissionais mais experientes.

Porém, profissionais que estão iniciando a carreira, com pouca experiência para incluir e às vezes com formação acadêmica ainda não direcionada ao atual objetivo profissional podem informar cursos complementares na primeira página. Essa regra vale especialmente quando estes profissionais fizeram cursos complementares que tenham relação com a área do objetivo profissional informado no currículo.

Veja um exemplo de como estes cursos ficam no currículo:

cursos_complementares_CV

Ou seja, basta informar o nome do curso, o nome da escola e o ano de conclusão, ordenando-os do mais recente para o mais antigo. Se possível, mantenha cada curso em uma única linha, para manter o visual organizado e limpo.

Quais cursos informar

Muitos perguntam coisas do tipo: “posso informar meu curso de culinária”? Depende! Se você está se candidatando a um cargo de cozinheiro ou similar, sim, você deve colocar! Mas quando não é o caso, não existem motivos para incluí-lo no currículo.

Este exemplo serve para ilustrar que você deve informar apenas cursos mais relevantes para o seu atual objetivo profissional. Evite informar todos os cursos que você já fez na vida, especialmente aqueles mais antigos. Isso somente estenderá seu currículo desnecessariamente, sem enriquecê-lo de verdade. Nossa recomendação é a inclusão de cinco cursos no máximo.

Evite também cursos mais antigos que cinco anos. Lembrando o que já dissemos no começo desse artigo, tais cursos servem também para os selecionadores poderem avaliar como você tem se atualizado recentemente. Mas atenção: existem exceções a esta regra. Se um curso complementar mais antigo tem as características abaixo, você pode e até deve mantê-lo no currículo:

  • a carga horária é realmente relevante;
  • o curso é um complemento essencial à sua formação;
  • ele tem total relevância em relação ao seu atual objetivo;
  • os conhecimentos adquiridos na época continuam relevantes na atualidade;
  • tais conhecimentos não passaram por muitas atualizações críticas.

Alguns perfis de profissionais, como da área de Tecnologia da Informação, tendem a ter muitos destes cursos, além de certificações profissionais. Se é o seu caso, selecione os cursos mais relevantes para os seus conhecimentos como um todo e especialmente para os tipos de atribuições que você deseja assumir em seus próximos empregos ou projetos.

Posso informar palestras?

Muitos profissionais acham que pode ser uma boa incluir palestras neste item do currículo. Porém, palestras não são cursos, geralmente apresentam apenas uma rápida visão geral sobre um tema, não aprofundam nem avaliam conhecimentos efetivamente adquiridos sobre o assunto tratado e têm carga horária geralmente não relevante.

Se os selecionadores detectarem que você está informando uma palestra no lugar de um curso, o efeito positivo que você desejava criar ao incluí-la no currículo pode acabar resultando justamente no efeito contrário. Por estes motivos, não é recomendável incluir palestras como se fossem cursos, por mais interessantes que sejam os temas.

Em resumo, seja criterioso ao incluir qualquer curso. Os critérios acima já dão uma boa ideia sobre o que incluir e o que deixar de fora. Combine-os com os critérios que você já conhece sobre o que é realmente mais relevante para a sua própria área profissional.