Ao todo são 25,5 milhões de indivíduos trabalhando por conta própria

No Brasil, três em cada dez pessoas trabalham por conta própria, totalizando 25,5 milhões de indivíduos. É o que revela uma pesquisa desenvolvida pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A quantidade de trabalhadores nessa categoria cresceu pela quinta vez seguida e ultrapassa em mais de 1,3 milhão o número registrado no mesmo período de 2019.

Neste grupo, o total de informais equivale ao triplo do número de trabalhadores com CNPJ. A autora do estudo, Janaína Feijó, chama a atenção para os níveis de escolaridade.

“Enquanto a maioria dos com CNPJ tem ensino médio ou superior completo, 53,7% dos informais sequer chegaram a terminar o segundo grau”, analisa Janaína: “Sem a qualificação, fica difícil se inserir no mercado. Então, eles acabam indo para o setor de serviços, trabalhando como ambulantes, por exemplo.”

Janaína afirma ainda que a pandemia intensificou um fenômeno que vinha crescendo nos últimos anos: a pejotização. Ao invés de contratar funcionários com carteira assinada, os empregadores selecionam prestadores de serviço.

Para ela, a insegurança do cenário econômico faz com que as empresas não queiram estabelecer novos vínculos trabalhistas que gerem encargos. Além disso, ela aponta a desburocratização na abertura de empresas como fator importante para o crescimento do número de microempreendedores individuais (MEIs).

Primeiro emprego

Num cenário de elevado desemprego, conseguir a primeira oportunidade sem nenhuma experiência torna-se uma tarefa desafiadora. Para se virar, muitos jovens já começam a vida profissional trabalhando por conta própria.

Um levantamento feito pela plataforma de inteligência de dados multimercado DataHub, de janeiro a setembro de 2021, mostra que a quantidade de MEIs de 18 a 24 anos cresceu 204% sobre 2019.

“Alguns abriram pequenos e-commerces ou começaram a atuar no ramo de preparação de alimentos. Outros passaram a trabalhar com entregas por aplicativos. São tantas pessoas abrindo MEI por necessidade que o fenômeno pejotização daqui a pouco vai se chamar meização”, diz André Leão, CEO do Datahub.

Ele não considera sustentável a migração de trabalhadores celetistas (regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho) para autônomos:

“O MEI reflete um encolhimento de renda, já que, ao sair do mercado formal, as pessoas não têm 13º salário, férias, plano de saúde, vale-alimentação nem rendimento mínimo.”

Empreender se torna a única alternativa

Cerca de 85% dos pequenos negócios abertos no ano passado no Estado do Rio correspondem a microempresas, segundo uma pesquisa do Sebrae-RJ. O resultado representa um aumento de 13% em relação a 2020 e de 8% em relação a 2019.

Fonte: https://economia.ig.com.br/2022-01-31/brasileiros-sem-carteira-assinada.html

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